domingo, 2 de março de 2008

Uma palestra para ser esquecida

Seria esperado que uma palestra espírita sirva para algum propósito. O estudo aprofundado de um tema doutrinário ou a contribuição para que a comunidade espírita fortaleça seus ideais de trabalho. Ou então, dependendo da característica do expositor, as pessoas sairão de lá bastante motivadas com a própria melhoria íntima.

Enfim, uma palestra espírita tem que servir para alguma coisa.

Não foi o caso, porém, de uma palestra que nós e mais algumas dezenas de pessoas decidimos assistir, no dia 25 de agosto de 2007, no Centro Espírita "União e Caridade". Motivou-me o nome do expositor, Wanderley S. de Oliveira, mas desmotivou-me o conteúdo da palestra.

A palestra foi basicamente para divulgação da série de livros de auto-ajuda, chamada de "Harmonia Interior".



Para resumir, tanto essa palestra como a série de auto-ajuda buscam provar (ou induzir a) que o ser humano, mas especialmente os espíritas estão completamente equivocados quanto ao seu comportamento. Segundo os autores, em especial supostamente Ermance Dufaux, nós, os espíritas, somos arrogantes, melindrosos (palavra extensamente usada), confusos e, portanto, pouco confiáveis. Nossa auto-estima é sempre baixa, como se pode ver no slide acima: "Qual a doença básica que destruiu a auto-estima na nossa caminhada evolutiva?"

A resposta, sinceramente, não lembramos, o que não fará muito diferença, porque a pergunta proposta é tendenciosa.


Em seguida, o autor expõe as causas periféricas da baixa auto-estima. Transcreveremos o slide: "Vivemos em uma sociedade que estimula e prioriza papéis. Recebemos uma orientação infantil para ser o que não somos. Nossas escolas são produtoras de instrução e nem sempre Tem foco na educação" (sic).


Por fim, o autor apresentou, como revelação científica, o esquema acima, onde a arrogância (todos os espíritas são arrogantes, por definição) ocupa um papel central, com diversos outros defeitos orbitando ao redor dela.

Por fim, Wanderley contou a história dos sapos. Conta-se que um sapo conseguiu chegar ao final da corrida, apesar da descrença de todo o público, porque era surdo.

Foi a única coisa boa da palestra: saber que, para alcançarmos a felicidade, devemos esquecer essa palestra!

3 comentários:

  1. Que pena.... Antes de ir ao encontro dos ouvintes, tenho certeza que o orador pensou estar levando algo de bom. Ninguém sai do aconchego de seu lar a toa. Creio que todos devemos tirar de toda oportunidade algo de bom. talvez ainda não tenhamos em certos momentos, olhor de ver e ouvidos de ouvir...

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  2. Com certeza um dos poucos estudos realizados por uma comunidade espírita que vale a pena parar e "prestar atenção" foi esse. Da Ermance Dufaux sobre arrogância. De mais, gostei do gráfico sobre os círculos e tendências da arrogância no ser humano, servindo como uma bússola social básica. E por mais incrível que parece gostaria de assistir esta palestra.

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